12.2.11

Tráfico de Animais Pelo Mundo

por Sylvia Estrella

Existem alguns lugares no mundo onde o tráfico de animais é particularmente ameaçador. A organização não governamental World Wildlife Fund (WWF) acredita que ações pontuais nestas regiões trariam benefícios no controle do tráfico. Entre os hotspots do comércio da vida selvagem estão as fronteiras internacionais da China e a fronteira a leste da União Europeia. Estes lugares podem ser transformados em chaves para o sucesso da conservação da natureza se forem bem monitorados.

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A Cites, sigla para Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora, ou Convenção Internacional sobre Comércio de Espécies de Fauna e Flora Ameaçadas, organismo internacional que reúne 172 países, inclusive o Brasil, realiza esforços para reduzir o tráfico de animais silvestres desde sua criação, em 1975.

Apesar das iniciativas da Cites, a implementação das suas resoluções depende de cada país-membro. Por exemplo, nos Estados Unidos, mesmo com sua extensiva legislação contra o comércio ilegal de animais silvestres, não há recursos para fiscalizar as importações e exportações. De acordo com a Cites, Miami, o portão de entrada da América Latina naquele país, tem só cinco inspetores, que monitoram apenas 3% dos carregamentos de animais selvagens que chegam por aquela cidade.

A entrada de importações ilegais de fauna silvestre nos Estados Unidos, em uma estimativa conservadora movimenta 300 milhões de dólares por ano. Todos os tipos de animais selvagens e plantas entram pelas fronteiras dos Estados Unidos e Europa, não só vivos, mas em produtos ou remédios que levam animais como ingredientes.

Cerca de 80 espécies de animais e plantas em risco de extinção, ameaçadas ou protegidas foram encontradas nos remédios orientais à venda nos Estados Unidos. A aplicação da lei é ainda mais difícil em países asiáticos, como o Japão, China, Taiwan e Cingapura, que são os maiores consumidores de produtos feitos de partes de tigres e rinocerontes comercializados ilegalmente.

Este costume de consumir remédios feitos de partes de tigres e rinocerontes já coloca esses animais em risco de extinção. Aliás, o tráfico de animais é a segunda maior causa de extinção de espécies, depois apenas da destruição do habitat. Cientistas da Traffic, uma rede conjunta do WWF e da International Union for Nature Conservation para o monitoramento do comércio de vida silvestre, afirmam que os rinocerontes de Java e de Sumatra já estão extintos na região do Sudeste Asiático, devido ao tráfico.

Segundo a Traffic, uma visita ao mercado de Bangkok, capital da Tailândia, em um final de semana oferece uma idéia de como será difícil ganhar a batalha contra os traficantes. Cobras burmanesas, tartarugas estrela e minúsculos pássaros multicoloridos estão todos à venda nessas feiras ao ar livre. Sem certificado de procedência.

O comércio internacional de algumas espécies é monitorado pela Cites e pelo Traffic. Estas organizações tem o registro de que a média anual de compra e venda de pássaros vivos pelo mercado mundial é de mais de 1,5 milhão. Outros 640 mil répteis vivos são vendidos anualmente. Mais de 300 mil peles de jacaré e crocodilo, 1,6 milhão de peles de lagarto e 1,1 milhão de peles de cobra são comercializados por ano no mundo.

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